sábado, 29 de outubro de 2016

"Alfabeto memorável"

Um grupo de designers de Vitória criou um alfabeto diferente e, digamos, memorável. O programa "Em Movimento", da TV Gazeta, mostrou na edição deste sábado (29) os lugares de memória da Grande Vitória que podem substituir o alfabeto convencional para aqueles mais apaixonados pelos monumentos históricos, espaços culturais e belezas naturais.

Diversos elementos do cotidiano também compõem o alfabeto. A letra "T", por exemplo, é representada pelo Convento da Penha. Já o Palácio Anchieta substitui a letra "h", enquanto o "é" aparece com a "castanheira da praia" e os "surfistas" são homenageados com a letra "a" acompanhada do "til" ("ã").

Olhem como ficou a nossa assinatura com a fonte!


Mais de 80 caracteres compõe a fonte "Grande Vitorinha". A fonte pode ser acessada no site www.grandevitorinha.com.br , que oferece o download gratuito dos símbolos.

E aí, quais seriam os símbolos para compor um alfabeto genuíno de Marataízes?

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Sobre o adeus a ‘lugares de memória’

Pierre Nora estabelece uma condição para que determinado local seja chamado de “lugar de memória”. Para o historiador francês, a imaginação, seja ela individual ou coletiva, “o investe de uma aura simbólica”. Esse local, continua Nora, “só entra na categoria se for objeto de um ritual”. Numa tentativa de simplificar o conceito, podemos afirmar que os lugares de memória estão ligados à multiplicação de memórias particulares sobre um mesmo local, sendo este dono de um encantamento próprio, tornando-se uma referência.

Assim definimos o “Mickey”, tradicional casa de lanches do centro de Marataízes. Fundada no início dos anos oitenta, a lanchonete, caracterizada por sua estrutura em madeira, com portas “bang bang”, lembrando os “saloons” do velho oeste dos EUA, fez parte da vida de gerações de frequentadores do balneário. Sem margem para dúvidas, o Mickey marcou época ao lado de outras referências, como a padaria Paulos, as sorveterias Sal e Mel, Guri e Patinhas, o restaurante Gaivota e os já inexistentes Veleiros, Xodó, Boliche e Iate Clube.

Tomados pela surpresa, vimos a casinha do Mickey ser removida na manhã de ontem, segunda-feira, dia 24 de outubro de 2016. Os hóspedes do também tradicionalíssimo hotel Dona Balbina terão uma vizinhança diferente. Olharão para o outro lado da avenida com um aperto no peito. Não verão lá o famoso presépio que, a cada Natal, transformava o Mickey em um local de peregrinação. Não sentirão mais o perfume da indefectível e maravilhosa carne caseira.

Lá se vai mais um “lugar de memória”. Removeram os bancos, as madeiras, as portas bang bang, mas dificilmente removerão as memórias em torno daquele local das pessoas que viveram ou passaram por Marataízes nas últimas três décadas. Movidos por um “sebastianismo” que é só nosso, já esperamos saudosos pelo retorno do Mickey e de tantos outros “lugares de memória” que ajudaram a construir a Pérola Capixaba.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Uma praia para Rubem

Uma relíquia compartilhada por Higner Mansur, grande nome da cultura cachoeirense, mostra Rubem Braga em um momento de lazer em Marataízes, provavelmente nos anos de 1940.


A relação dos Braga com Marataízes foi bastante intensa. O título de "Praia Encantada" veio de Newton, também imortalizado em razão do nosso hino, que embalou inúmeros carnavais. A música do hino, aliás, é autoria de Isabel, esposa de Newton, que também registrou grande parte de suas memórias sobre Marataízes em telas de cores fortes e traços marcantes do estilo Naïf. Nosso maior cronista, Rubem deixou alguns escritos que registraram sua relação com a Pérola (eles estarão aqui em um outro momento).

Eles estiveram aqui em uma época especial. Longe de desmerecer o talento e a sensibilidade dos Braga, não é difícil entender boa parte de tamanha inspiração. O encanto brotava. E contagiava.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Trilhos da saudade

Em registro provavelmente datado da década de 1950, compartilhado na rede por Junior Pereira, vemos os trilhos da Estrada de Ferro Itapemirim no trecho entre a Barra do Itapemirim e o Centro de Marataízes. Centenas de passageiros - a maior parte certamente de Cachoeiro (as viagens entre a "Capital Secreta" e a "Pérola Capixaba" duravam cerca de 3 horas e meia) - desembarcavam na estaçãozinha para aproveitar as areias brancas e o mar sereno de nossa Praia Encantada.


Tempos em que o tempo passava devagar, devagar, devagar...

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Sal e Mel

Empreendimento que marcou época em Marataízes a partir de fins dos anos oitenta, a "Sal e Mel" era um ponto de encontro certo entre "jovens de várias idades". De início, a "Sal e Mel" era apenas uma sorveteria. Com o tempo, o leque de produtos aumentou com a oferta de pizza self-service, algo então inédito por aqui. O ambiente agradabilíssimo era outro grande diferencial do estabelecimento.

Desde o início da década passada, muito em função dos problemas causados pelo avanço da maré, a "Sal e Mel" fechou as suas portas. O ponto permanece lá, intacto, e muitos, incluindo nós aqui da Memória Marataízes, esperam ansiosos por uma reinauguração.


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Sendo criança

Convenhamos que ser criança, hoje, em Marataízes, não é uma tarefa fácil. Falta áreas de lazer, sejam elas públicas ou privadas. Nem sempre foi assim. A Memória Marataízes resgata parte da "Cidadezinha do Iate", área do clube que reproduzia uma cidade típica do "Velho Oeste" dos EUA. A imagem, compartilhada por Victor de Moura, nos leva aos áureos anos oitenta, alimentando a certeza da falta que esses espaços fazem em nossa cidade.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

K-bana

A K-bana marcou inúmeras temporadas de verão em Marataízes entre os anos 60 e 70. Inicialmente localizada na praça central, o estabelecimento foi transferido para a esquina onde hoje está localizado o restaurante de frutos do mar Pier Grill.

A imagem abaixo pertence ao acervo de "O Jornal" e mostra a K-bana em meados da década de sessenta do último século.